Casa - Notícia - Detalhes

ECG em crianças: como é diferente daquele em adultos?

O eletrocardiograma (ECG) é uma ferramenta diagnóstica comum e importante na área médica. Ajuda os médicos a identificar e avaliar várias doenças cardíacas, registrando um gráfico da atividade elétrica do coração. No entanto, os ECGs das crianças são diferentes dos dos adultos em muitos aspectos. Compreender essas diferenças é essencial para interpretar corretamente os ECGs das crianças e identificar e tratar prontamente seus problemas cardíacos. Este artigo se aprofundará nas diferenças entre os ECGs de crianças e os ECGs de adultos e explicará a base fisiológica para essas diferenças.

 

Um eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração a cada batimento, capturando essa atividade colocando eletrodos na pele. Um eletrocardiograma padrão geralmente inclui 12 derivações, fornecendo imagens da atividade elétrica do coração de diferentes ângulos. Os principais componentes de um eletrocardiograma incluem a onda P, o complexo QRS e a onda T:

· Onda P: indica despolarização atrial.

· Complexo QRS: indica despolarização ventricular.

· Onda T: indica repolarização ventricular.

 

Existem diferenças significativas entre o ECG infantil e o ECG adulto, principalmente nos seguintes aspectos:

1. Frequência cardíaca

As frequências cardíacas das crianças são geralmente mais altas que as dos adultos. Isto se deve às taxas metabólicas mais elevadas das crianças e às diferenças na regulação do sistema nervoso autônomo. Especificamente:

· A frequência cardíaca de um recém-nascido geralmente fica entre 120-160 batimentos/minuto.

· A frequência cardíaca de bebês e crianças pequenas está entre 100-140 batimentos/minuto.

· A frequência cardíaca de crianças em idade escolar está entre 80-120 batimentos/minuto.

· A frequência cardíaca dos adolescentes aproxima-se gradualmente da dos adultos, cerca de 60-100 batimentos/minuto.

Uma frequência cardíaca mais elevada afetará várias bandas e intervalos do eletrocardiograma, como o encurtamento relativo do intervalo PR e do intervalo QT.

 

2. Desvio do eixo ECG

As crianças, especialmente os recém-nascidos, tendem a ter um coração inclinado para a direita. Isso ocorre porque o ventrículo direito de um recém-nascido é relativamente grande e poderoso. À medida que a criança envelhece, o ventrículo direito diminui gradualmente e o eixo do ECG muda gradualmente para a esquerda.

 

3. Complexo QRS

No ECG de uma criança, a amplitude e a duração do complexo QRS são diferentes das de um adulto. Os complexos QRS das crianças são geralmente mais estreitos porque seus corações são menores e a distância que os sinais elétricos percorrem é mais curta.

 

4. Mudanças na onda T

As crianças, especialmente os recém-nascidos, podem ter direções de ondas T diferentes das dos adultos. Recém-nascidos e bebês geralmente apresentam ondas T negativas nas derivações torácicas direitas, e essa alteração geralmente desaparece na idade adulta.

No processo de exame e interpretação do ECG, é muito importante compreender as alterações normais no ECG de crianças para o diagnóstico de diversas doenças cardíacas. A seguir estão algumas manifestações patológicas que necessitam de atenção especial no exame de ECG de crianças:

 

1. Doença cardíaca congênita

A doença cardíaca congênita é um problema cardíaco comum em crianças. O ECG pode revelar problemas como comunicação interatrial, comunicação interventricular e tetralogia de Fallot. A doença cardíaca congênita pode se manifestar como eixo cardíaco anormal, átrio aumentado ou atividade elétrica ventricular, etc.

 

2. Arritmia

As crianças também podem apresentar diversas arritmias, como taquicardia supraventricular e síndrome de pré-excitação. O ECG pode ajudar a identificar esses ritmos cardíacos anormais e orientar diagnósticos e tratamentos adicionais.

 

3. Miocardite e cardiomiopatia

Miocardite e cardiomiopatia não são comuns em crianças, mas também podem ocorrer. Essas doenças geralmente se manifestam como alterações anormais no segmento ST e na onda T, alterações no complexo QRS, etc.

 

Na interpretação do eletrocardiograma infantil, além de considerar os fatores fisiológicos e patológicos acima, também é necessário atentar para os seguintes aspectos:

 

1. Idade e peso

As características do eletrocardiograma de crianças de diferentes idades e pesos são diferentes, portanto a interpretação deve ser baseada nos padrões de referência específicos de idade e peso.

 

2. Efeitos de eletrólitos e drogas

Alterações nos níveis de eletrólitos e medicamentos das crianças também podem afetar o ECG. Por exemplo, a hipocalemia pode causar aumento da onda U, e alguns antibióticos e medicamentos antiepilépticos também podem causar alterações no ECG.

 

3. Fatores técnicos

A inspeção e o monitoramento são a precisão da colocação do eletrodo do fio condutor do ECG, as atividades e a cooperação das crianças e outros fatores técnicos que também afetarão a qualidade e a interpretação do ECG.

 

 

Em resumo, existem diferenças significativas entre o ECG de crianças e o ECG de adultos. Essas diferenças se devem às características fisiológicas e patológicas únicas das crianças. A compreensão e interpretação adequadas dessas diferenças são essenciais para diagnosticar e tratar doenças cardíacas infantis. Com o avanço da ciência e da tecnologia e o aprofundamento da pesquisa médica, espera-se que no futuro obtenhamos padrões e métodos mais precisos para a interpretação do ECG infantil, a fim de proteger a saúde cardíaca das crianças.

Enviar inquérito

Você pode gostar também